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O feminismo é pra quem?

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Depois de colocar a mão em baixo da sai (e sabe se lá, onde mais) de Nicole Bahls, Gerald Thomas afirma que “mulher não é um objeto, mas deveria se apresentar como tal.” Tá, a Nicole trabalha no Pânico e usa aquelas roupas, mas e daí?! Até prostitutas e travestis usam aquelas roupas e você precisa, no mínimo, pagar por isso. O exemplo é tosco, mas o assunto é sério, ok?!

Sinceramente, não conheço o trabalho de nenhum dos dois protagonistas da polêmica e não faço questão de conhecer. Até porque, o problema não é quem eles são, e sim, o que eles estavam fazendo. Será que o programa vai ter mais audiência por isso? Provavelmente sim. Será que alguém vai lembrar disso daqui duas semanas? É claro que não.

O que venho enfatizar aqui é que tudo é muito chato.

As mulheres lutaram por muitos direitos há anos, alguns foram conquistados  e outros ainda nem foram ouvidos. Não estou aqui para fazer um discurso feminista (e muito menos machista), mas o Femen não para de pipocar na mídia, não para de crescer e representar algumas feministas de peitos a mostra. Ao mesmo tempo o fator cultural não muda heranças fortemente marcadas.

Muitos países ainda têm leis onde a mulher é inferior ao homem, e outros já garante o casamento gay. É cultural, certo? Talvez. Não é difícil ler algo sobre a mutilação de mulheres e meninas para que não haja o prazer sexual, achar documentários sobre lugares onde as adolescentes tem os seis apertados com ferro quente para que eles não cresçam. Mas qual será a visão de quem vive nesses lugares? Eu não sei.

Essa semana, a Revista TPM publicou duas matérias muito felizes. Na primeira (aqui) podemos conhecer uma escola de Skate no Afeganistão onde 40% dos inscritos são meninas, que nessas aulas podem se misturar com os meninos, e brincarem como iguais. Na segunda, (leia aqui) as mulheres muçulmanas mostram sua visão contraria a grupos como o Femen em cartazes com frases a exemplo de: “Femen, eu sou uma mulher muçulmana forte. Pareço que preciso de imperialistas para me libertar da opressão?” – “Nudez não me liberta e eu não preciso de salvação”.

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E aí cara, entendeu?

 

Por Marina Filippe.