#106 – Fistt 20 anos!

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Vocês não se surpreendem mais com o resgate desse blog de tempos em tempos não é mesmo?! Dessa vez, é por um relato pessoal e especial.

Neste final de semana a FISTT comemora 20 anos no Aldeia Bar em Jundiaí e no Hangar 110, sábado e domingo, respectivamente. A banda FISTT, aquela que um monte de gente gostava no final de 90 e começo de 2000, mas não sabia que continuava tocando – sim, eles continuam, fazem um monte de show por aí e você pode ter perdido a passagem deles na sua cidade, mané!  A questão é que para mim, Marina Filippe, a banda FISTT é na verdade a banda do Nick, do Ricardo, do Dulino e do Birão, respectivamente meu cunhado, namorado e mais dois malucos que me fazem entrar numa van num domingo que poderia ser tranquilo e ensolarado pra ficar numa casa de show escura com um monte de homem fedido. Isso porque eu que sempre fui de ouvir música, mas não o hardcore, tive meus ouvidos reeducados por esses daí. Conheci um monte de banda, descobri outras batidas e (a parte que mais me agrada) não só descobri, mas tive a oportunidade de viver histórias.

Agora, conta rápida: Fistt tem 20 anos, eu tenho 21, namoro o Ricardo há 3 e ele deve estar na banda há uns 2. Logo, não conheço 18 anos de história da banda e só percebi isso na última semana, quando mesmo com tcc, trabalho e os problemas de sempre, inventei de fazer uma tal assessoria de imprensa para os meninos, e mesmo trabalhando com isso tive uma experiência  totalmente diferente do que já tinha feito até então.

Só ontem acompanhei um show ao vivo pela internet postando e respondendo pessoas do Brasil todo em cinco mídias diferentes (Facebook, Instagram, Twitter, Evento e chat),  e mesmo não vivendo os outros anos já perdi as contas de quantos show e KMs foram, mas mesmo assim lembro dos meus preferidos: os shows de Jundiaí, que são sempre marcantes; o recente no Quintal do Gordo em Campinas, afinal, fazia tempo que eu não sentia uma energia forte e doida em tão pouco espaço; o de Maringá pra me lembrar de nunca mais entrar numa van por 10h com 15 caras e todos os outros que com pequenos detalhes me fizeram me sentir tão bem como se conhecesse a banda há 20 anos!

Assim, obrigada pelas oportunidades que vocês me dão. Sei que tem muito mais gente por aí que já tiveram histórias boas para contar por causa de vocês. Parabéns pelos 20 anos com aquelas coisas sinceras que a gente deseja pra quem quer muito bem, aquelas coisas que dariam páginas de uma carta, mas no final viram meia linha no Facebook. E quando digo parabéns a banda me refiro a todos que passaram por ela de alguma forma e aos que ainda virão, porque pra mim vocês serão sempre meninos que precisam continuar! PorMarinaFilippe0

Serviço Sábado:16 de agosto, às 22h. Local: Aldeia Bar – Rua do Retiro, 279 – Jundiaí Entrada: R$15 com confirmação no evento do facebook e R$20 na porta. Censura da casa: 18 anos. Menores somente acompanhados pelos pais ou responsáveis Serviço

Domingo: 17 de agosto, às 18h. Local: Hangar 110 – Rua Rodolfo Miranda, 110 – São Paulo Entrada: R$15 antecipado e R$ 25 na porta Censura da casa:14 anos

Sai de mim underground, eu quero aparecer!

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Um dia desses comecei a ler uma breve biografia de um jornalista de grande mídia que escreve sobre música e tem livros publicados sobre o assunto, um cara que realmente conhece ‘o undergound’, ‘a cena’, o ‘chamem do que quiser’. E, quanto mais eu lia, mais pensava: “picareta, picareta, picareta”. O problema é que quando terminei fiquei refletindo se não somos todos picaretas?

O cara não ajudou quem poderia, não fez questão de divulgar quem não lhe favorecia muito, não usou os recursos que tinha para ninguém além de si próprio. Mas, vem cá, quando é que usamos mesmo? Cada vez mais tem se debatido sobre inteligência coletiva, cultura participativa e todos as denominações que estão próximas do coletivo, e que sinceramente, estão me deixando cética.

Nos últimos dois anos fiz alguns releases para as bandas daqui de Jundiaí e num determinado ponto achei que não estava ganhando nada em troca e até hoje não sei se estava. Rolava aquela coisa de fazer contatos e tal, mas com uma impressa desse tamanho os contatos sobre o assunto já foram feitos. Agora, quando faço essas mesmas publicações faço com toda certeza que é por vontade e um tiquinnho de esperança. Sim, esperança de que as pessoas leiam o meu texto e tenham vontade de sair casa. Afinal, como disse uma professora nesta semana, “os alunos de jornalismo só estão aqui porque querem aparecer, mesmo quando produtores, querem ver seus trabalhos em algum lugar, querem ter a certeza de que mais pessoas estão vendo também”. Então é isso, eu não quero ter o emprego mais chato do mundo para ganhar mais em troca – ou dinheiro, para ser mais direta- eu quero mesmo é aparecer. Assim como você que acabou de postar a sua foto aí fazendo ‘duck face’ ou sorrindo na balada que estava uó. Afinal, somos todos felizes aqui né, e os que não são tem um merecido block depois da foto do cachorro mal-tratado-  porque de desgraça já basta a minha.

É, comecei com um assunto e terminei em outro de novo. É pra isso que tenho esse blog.

Bjs.

Caso ou compro uma bicicleta?

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Na última semana, as aulas da faculdade voltaram e junto com elas, uma crise existencial. Fiquei dias pensando nas pessoas que passaram pela minha vida e, para completar, conheci novos professores com diferentes ideias sobre o mesmo assunto – o que serviu para me deixar mais confusa haha.

Na última sexta-feira,  ouvi algo como “caso ou compro uma bicicleta?” e quando me fiz essa pergunta em voz alta uma colega me respondeu: eu não casaria porque deve ser muito chato, mas ter uma bicicleta também não é muito seguro. Dá pra roubar muito fácil. Assim, sem ela imaginar, eu vi a luz no fim do túnel, porque minha gente, é isso: vamos a pé! Tropeçando nas calçadas, dando de cara no chão, chamando quantas pessoas forem possíveis para caminhar na mesma via, olhando a paisagem com mais calma. Entendem?!

Para completar, tive um conselheiro ótimo na tarde de sábado. Foi ele, apenas, Lúcio Ribeiro! Isso porque um grupo um tanto pretensioso produziu o festival ‘Onde Pulsa a Nova Música’ – dá próxima vez a minha dica é que se coloque ‘edição cidade tal’, até porque essa coisa de música nunca está em um só lugar.  A outra coisa é que apenas os organizadores e seus parceiros tiveram tempo de fazer perguntas públicas para os convidados (Miranda e Pablo Miyazawa), mas a “culpa” não foi toda deles, afinal, o Miranda fala muito e conta várias – ótimas- histórias. E, acreditem, isso não foi algo ruim porque depois tive a chance de conversar pessoalmente com cada um deles, em especial, o Lúcio que me ajudou muito na minha crise sobre o jornalismo, e sobre essa coisa toda de existir mil blogs, mil bandas, quem chega lá e porque. É amiguinhos, não tá fácil pra ninguém. O legal é acompanhar o trabalho de uma pessoa e ter essa te mostrando que suas dúvidas são tão normais e essenciais quanto pastel de queijo, que as vezes está mais frio do que deveria, e que cada coisinha que você acrescenta muda muito, pra bem ou mal.

Assim, o post de hoje vale para comentar a iniciativa do Festival Onde Pulsa a Nova Música; os pequenos gestos que cada um de nós fazemos sem perceber, neste caso, válido pela resposta que me deram sobre a bicicleta; os amigos; os profissionais que admiramos, e principalmente, os que nos dão oportunidades incríveis com conversas rápidas ou os textos que publicam diariamente. Pois, pode parecer pouca coisa, mas eu sai de lá extremamente satisfeita! Neste fim de semana, só me faltou a resposta sobre a vida num encontro inusitado com Xico Sá. Imaginem!

Enfim, obrigada a cada um de vocês que chega até aqui. Espero fazer textos que tragam o mínimo do reflexão e/ou divertimento e não seja uma perda de tempo para ninguém. Aproveitem, venham caminhar comigo.

#103- “Um prazer é ouvir o que você gosta, outro é entender mesmo o que você não gosta.”

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Essa é a quarta vez que começo este texto. Vamos lá.

Na última semana percebi que li quatro livros neste mês de férias, e acreditem, os quatro tinham alguma relação com a música. Logo, comecei a pensar porque não resenho os shows que vou, mas aí percebi que não sei falar sobre hardcore, por exemplo. Afinal, nesse gênero eu não conheço nenhum álbum inteiro e as vezes não entendo como as músicas funcionam. Porém, o fato é que nos últimos dois anos acompanhei muitos shows de hardcore e, nesse período encontrei algumas bandas das quais gostei bastante e me envolveu. Mas, entendi que pra mim, o mais legal desses shows não são as músicas em si, mas o corre. É, literalmente um corre! Corre com  equipamento, instrumento, transporte, e claro, público. E sabem, aí cai num assunto que não se refere só ao hardcore, e sim aos outros estilos do chamado ‘underground’, para entramos então em algo mais geral, que me atrai mais pela diversidade de bandas que passam pelo mesmo perrengue.

Bem, vocês devem ter percebido meu tom de admiração pelas bandas que continuam tocando porque gostam, só que há também o lado da banda que toca pelo dinheiro, e olha só que incrível: isto não é nem um pouco errado. Não, eles não são ‘traidores do movimento’, e tomo com exemplo um caso não tão undergound assim: Tom Zé e a Coca-Cola. Além do mais, tem muita banda por aí que parece não ter percebido que a “cena” não é um monólogo. Então, quando o cara acha que pode tocar antes ou depois do horário combinado só pra pegar uma maior quantidade de público, ele pode dar um tiro no próprio pé – amém. Ah, e claro que não posso esquecer daquele que paga R$5 reais na cerveja, mas não paga pra ver três bandas. São vocês, e eu, nessas situações os merecedores de um belo ‘vai tomar no cu’. Por que se tem uma coisa que eu aprendi com todos esses anos de shows e bastidores é que não é porque se faz no underground que precisa ser mal feito.

P.s: o título é uma frase que o Lucas Santtana disse na reportagem da Serafina. Em breve falo dele por aqui.

#102: Hype! O grunge pelos grunges

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Pense na seguinte situação: você estava em determinado local por um período. Lá aconteceu algo muito empolgante, a mídia passou a realizar reportagens diversas, e você, curioso como é, acompanhou o que escreviam sobre situações que já conhecia e viu que a história não eram exatamente como contavam. Pois bem, foi isso que aconteceu em Seattle ente os anos 80 e 90, quando o grunge tomou força no mundo todo, e ações banais para a população local viraram tendências musicais e até da moda. Agora, talvez você esteja se perguntando como eu sei que as coisas não eram como a mídia mostrava?! E posso afirmar: é justamente por causa da mídia! Ok, calma aí, eu explico…

Graças a Doug Pray, o documentário Hype! (hoje aclamado e dever de casa para os fãs das bandas que nele aparecem) deu voz a quem realmente viveu o grunge; explicou que as camisas xadrez eram peças comuns para os moradores, visto que a maior parte deles eram lenhadores que sofriam com o frio; mostrou que o estilo musical  estava muito além de Nirvana e Pearl Jam e trouxe imagens incríveis sobre um momento onde não era tão comum gravar e fotografar tudo o tempo todo. Olha a mídia aí!

O documentário que está disponível no youtube – em 9 partes- traz   performances raras de Blood Circus, Coffin Break, Crackerbash, Dead Moon, Fastbacks, Flop, Gas Huffer, The Gits, Hammerbox, Love Battery, The Melvins, The Mono Men, Mudhoney,  Pearl Jam, The Posies, Seaweed, 7 Year Bitch, Some Velvet Sidewalk, Soundgarden, Supersuckers, The Young Fresh Fellows, Zipgun e Nirvana, com a primeira apresentação de Smells like Teen Spirit! Logo, o apanhado de imagens é um prato cheio para conhecer novas bandas (ou não tão novas assim) e se surpreender com depoimentos que aparentemente são simples, mas contrariam muito do que estamos acostumados a ler sobre o movimento que não durou muito tempo, mas foi essencial e explosivo como tantos outros! É sorte poder ver o que esse cara gravou na hora e no lugar certo. Agora seria mais sorte ainda, descobrir quem está fazendo o mesmo em nossa época. Afinal, sabemos bem o que parte do que lemos por aí não condiz com a realidade, não é mesmo?!

#101- O Escafandro e a Borboleta, dirigido por Julian Schnabel, nos lembra que não há tempo para dramas desnecessários

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Após Basquiat (1996) e Antes do Anoitecer (2000), o pintor e diretor norte-americano Julian Schnabel apresenta seu terceiro filme biográfico ao apostar em elementos tão subjetivos e artísticos quanto os que produz em suas obras neo-expressionistas. O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon), de 2007, adaptado do livro homônimo traz a história de Jean-Dominique Bauby, ex-editor da revista Elle francesa, que em 1995 sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e ao acordar de um coma profundo passou o resto do seus dias em ‘locked-in syndrome’, um caso raro no qual o paciente se vê dentro dele mesmo, não se comunica, se alimenta por sondas e tem todo o seu corpo paralisado, exceto o olho esquerdo.

Por meio deste olho, o diretor Julian Schnabel inicia o longa com cenas que podem levar o espectador ao sentimento de claustrofobia, ao se deparar com planos recortados, imagens embaçadas e pensamentos de Bauby, que se prolongam por todo o filme. Afinal, o Escafandro e a Borboleta se glorifica ao relatar as memórias e imaginações do ex-editor, que tinha como um de seus desejos escrever um livro. Assim, mesmo após o acidente, com a ajuda de sua fonoaudióloga, Jean-Dominique aprende a se comunicar por piscadelas: uma para sim, duas para não. E, posteriormente, aprende um alfabeto completo, organizado de acordo com a prioridade de uso das letras em seu dia-a-dia, que o permite ditar todo o livro com muita paciência e dedicação.escafandro e borboleta

Em meio a tantos detalhes imaginados por Jean-Do, como dizem os mais próximos, Julian Schnabel abusa de recursos que torne o espectador íntimo do personagem, ao transportá-lo para as memórias mais profundas, e os pensamentos mais sinceros, realizados na técnica da voz over. A aproximação entre emissor e receptor chega a ser tanta que mesmo conhecendo detalhes da vida de Bauby, é apenas por volta dos 40 minutos de filme que o espectador é convidado a conhecer a atual face do protagonista.

Mesmo que poucas, as evoluções físicas do personagem são relatadas com sensibilidade única, junto aos pensamentos de Bauby, que não hesita ao enfatizar a perda de atitudes simples, nunca antes percebidas, e agora impossíveis. Dentre estas ações estão o abraço, o carinho nos filhos e o movimento do andar com um passo após o outro. Sem dramas desnecessários, o personagem não deixa de utilizar seu humor ao manter vivo o amor pelas mulheres, observando sempre a boca das mesmas e chegando a rir de sua própria condição. É compreensível ainda que a invalidez traga uma tristeza inevitável, mas que esta não chega ao ponto de invalidado totalmente. A força de vontade ainda está lá.

É válido ressaltar que por merecimento a obra de Schnabel ganhou dois prêmios Globo de Ouro, a outros dois do Festival de cinema de Cannes, o prêmio BAFTA de melhor roteiro adaptado e ainda recebeu quatro indicações ao Oscar. Mas, é mais válido pensar que por mais que não exista a certeza sobre a possibilidade de que todos nós estamos neste mundo com algum propósito, este foi alcançado pelo diretor, e mais ainda por Jean-Dominique Bauby que morreu dez dias depois da publicação de seu livro, o único motivo pelo qual ele parecia estar preso neste mundo.

#100- Juca Ferreia concede entrevista a jovens jornalistas

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Por Marina Filippe

 

Faltando exatos sete dias para a 9ª edição da Virada Cultural na capital paulista, Juca Ferreira, atual Secretário de Cultura do Município de São Paulo, concedeu uma coletiva de imprensa aos jovens universitários de jornalismo, e aos demais interessados, por meio do projeto Repórter do Futuro. Os participantes do evento puderam tirar suas dúvidas em relação aos investimentos, organização, estrutura e muito mais. Além disso, foram realizados os cadastros para a obtenção de credenciais, que permitem aos universitários acesso aos bastidores de alguns palcos da Virada em turnos determinados pela Prefeitura.

“A cidade de São Paulo não tem política cultural e tem uma estrutura muito exótica criada para que essa política não exista. Assim, você apenas administra equipamentos disponíveis em regiões concentradas”, afirma o secretário no início de sua exposição. Segundo ele, é preciso entender os mecanismos culturais de uma cidade com tantas influencias como São Paulo, para então propor um evento na dimensão da Virada Cultural, que neste ano ampliou sua verba em R$ 2 milhões com a ajuda da rede Sesc e atinge o valor de R$ 10 milhões para 27h de evento (desta vez alguns palcos inciarão suas atividades às 15h do sábado). Com mais de 900 atrações selecionadas por uma curadoria de 9 pessoas, a Virada Cultural de 2013 traz novidades: a estação da luz recebe uma programação especial para as crianças, a 25 de março ganha o seu primeiro palco, assim como o Mercado Municipal. Foram criados novos postos policiais e segundo o secretário, mais banheiros químicos estão disponíveis. Assim esperamos.

A programação completa do evento está disponível no site “viradacultural.org”, onde também serão postadas as notícias realizadas pelos universitários credenciados. Todos os participantes do evento já podem baixar o aplicativo gratuito  e montar sua rota.

 

O feminismo é pra quem?

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Depois de colocar a mão em baixo da sai (e sabe se lá, onde mais) de Nicole Bahls, Gerald Thomas afirma que “mulher não é um objeto, mas deveria se apresentar como tal.” Tá, a Nicole trabalha no Pânico e usa aquelas roupas, mas e daí?! Até prostitutas e travestis usam aquelas roupas e você precisa, no mínimo, pagar por isso. O exemplo é tosco, mas o assunto é sério, ok?!

Sinceramente, não conheço o trabalho de nenhum dos dois protagonistas da polêmica e não faço questão de conhecer. Até porque, o problema não é quem eles são, e sim, o que eles estavam fazendo. Será que o programa vai ter mais audiência por isso? Provavelmente sim. Será que alguém vai lembrar disso daqui duas semanas? É claro que não.

O que venho enfatizar aqui é que tudo é muito chato.

As mulheres lutaram por muitos direitos há anos, alguns foram conquistados  e outros ainda nem foram ouvidos. Não estou aqui para fazer um discurso feminista (e muito menos machista), mas o Femen não para de pipocar na mídia, não para de crescer e representar algumas feministas de peitos a mostra. Ao mesmo tempo o fator cultural não muda heranças fortemente marcadas.

Muitos países ainda têm leis onde a mulher é inferior ao homem, e outros já garante o casamento gay. É cultural, certo? Talvez. Não é difícil ler algo sobre a mutilação de mulheres e meninas para que não haja o prazer sexual, achar documentários sobre lugares onde as adolescentes tem os seis apertados com ferro quente para que eles não cresçam. Mas qual será a visão de quem vive nesses lugares? Eu não sei.

Essa semana, a Revista TPM publicou duas matérias muito felizes. Na primeira (aqui) podemos conhecer uma escola de Skate no Afeganistão onde 40% dos inscritos são meninas, que nessas aulas podem se misturar com os meninos, e brincarem como iguais. Na segunda, (leia aqui) as mulheres muçulmanas mostram sua visão contraria a grupos como o Femen em cartazes com frases a exemplo de: “Femen, eu sou uma mulher muçulmana forte. Pareço que preciso de imperialistas para me libertar da opressão?” – “Nudez não me liberta e eu não preciso de salvação”.

Sem título

E aí cara, entendeu?

 

Por Marina Filippe.

#98 – O Rei Leão, um verdadeiro espetáculo!

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No último sábado fui assistir O Rei Leão, espetáculo da Broadway, no Teatro Renault (antigo Teatro Abril). Com ingressos que vão de R$25 até R$216 eu esperava todo tipo de público, principalmente crianças. Bobagem a minha.

O espetáculo todo é lindo, os efeitos visuais são incríveis e muitos deles estão me deixando curiosa até agora! A história é fiel ao filme, exceto algumas cenas que são acrescentadas de forma a ganhar mais vida. As músicas, adaptadas por Gilberto Gil confundem os que, como eu, já decoraram as antigas. E, isso não é nada que atrapalhe qualquer tipo de desempenho. O fascínio continua.

Tão interessante quanto os efeitos do cenário são os atores. Primeiro, pelo físico de atleta que mesmo perto de você é impossível achar uma gordurinha sequer. Segundo, o quanto eles cantam, dançam, interpretam, vestem aquelas fantasias e maquiagens. Definitivamente, não é para qualquer um! Ah, quem pretende pegar um lugar longe do palco vale a pena levar um binóculo para enxergar os detalhes.

Para finalizar, eu sei que vocês adoram uma crítica social. Então lá vai, eu juro que não entendi porque os leões tão superiores falam palavras eruditas, dessas que muitas crianças não entenderiam, enquanto as hienas, visivelmente subalternas tem um vocabulário chulo, apoiado em gírias e motivos de risos da plateia. Comédia ou tragédia?

Serviço: O Rei Leão.
Censura Livre.
Até 26/05.
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista – São Paulo – SP. Telefone: (11) 4003 5588.

 

Por Marina Filippe.

#97- 24h de Lollapalooza, do último show de sexta ao último de sábado

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No primeiro dia de Lollapalooza 2013 o lado de fora foi marcado por tumulto, filas imensas e cambistas vendendo ingressos muitos caros! Então, se quem já tinha comprado e precisava retirar tinha que pegar fila, se fosse comprar na bilheteria tinha que pegar fila, se fosse comprar com cambista tinha que confiar na sorte e pagar pela fila que evitou.

Como entrei às 21h10 vi só o show do Killers. Brandon provou o que eu já imaginava, bonito e simpático, não deixou de sorrir nem nos momentos de silêncio, onde deveriam existir coros da platéia. Comandando sua banda no que parecia ser pura diversão fez com que apenas o público me intrigasse. Não entendi porque todo mundo pagou caro e ficou sem graça, quieto, parado. Mudei de lugar umas três vezes para achar um pessoal mais animado, e achei. Achei mais ou menos.

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No segundo dia a fila da bilheteria estava um pouco menor por volta das 14h30, mas logo após foi preciso uma fila para entrar, outra para revista, outra validar o cartão de entrada, outra para pegar a pulseira de +18, mais uma para comprar as fichas, e por fim, a última para pegar alimentos e bebidas.

Para começar a maratona de show, a ótima Tomahawk de Mike Patton e suas mil vozes. Assim como com o Faith No More ele prova porque é o frontman e conquista o público ao falar várias em português, incluindo o sincero “Bamos, caralho!” (sic.). Já às 16h30 Twoo Dors Cinema Club colocou a galera para dançar. Quero dizer, os hipsters da Rua Augusta. A banda é legal, mas só.

Às 17h30 Alabama Shakes e Franz Ferdinand dividiram o público. Tenho que admitir que eu estava super curiosa para ver os cabelos crespos e a voz poderosa de Brittany Howard, mas, infelizmente não rolou. Brittany alisou o cabelo e foi traída pela estrutura do palco alternativo. Enquanto isso, o Franz mostrou porque pode vir ao Brasil várias vezes. Afinal, eles levam público, trazem altos e baixos e sempre vão embalar bem o famoso “Take Me Out”.

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 Na hora do “Queens Of Stone the Age” só duas coisas passavam pela minha cabeça. As críticas positivas que haviam me falado eram super válidas, a banda é realmente incrível, forte e enérgica, poderia muito bem ter sido o head line. E segundo: como o pessoal que vai a um festival é chato! Eles não sabem ficar quietos num lugar, não se interessam pelas bandas e porra, não paravam de pisar no meu pé lameado!

Bem, neste ponto finalmente aparece um brasileiro representativo. Apesar de outros brazucas terem participado do festival, Criolo foi quem realmente empolgou milhares de pessoas no pequeno palco alternativo. O horário era bom, o setlist era ótimo, ele estava meio alucinado, mas até aí ok. Acreditem, me fez dançar. Ah, e pelo que parece ele é mesmo o que fala, é uma paz e sinceridade que transborda. Tanto que na lateral do palco uma moça fazia libras.

Por fim, o Black Keys tocou para gente que, assim como eu, conhecia apenas o último álbum intitulado “El Camino”. Por isso, foi preciso preencher tempo com músicas que talvez não valessem o hype todo. A banda é legal, o baterista Patrick Carney é estranho mesmo, e eu gosto de guitarras. Só para vocês terem uma ideia, para mim o que mais chamou a atenção foi quando o show acabou e começou a tocar “Ramble On” do Led Zepellin. Tudo bem tocar Led, mas essa música já outra história, me fez ir embora um pouco impressionada. E, caso tenha sido exigência do Black Keys eles merecem um pontinho.

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Sabem, eu voltaria facilmente no festival porque gosto muito de gente e música, mas se for colocar na balançar teve muita coisa negativa como preços abusivos, filas, lama, marketing falido da Heineken com pulseiras que acendem, má organização no metrô e até roubo. Enfim, como aprendi em antropologia, nós somos as experiências que escolhemos viver. E é isso mesmo, a gente escolhe.